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Vila Flores recebe prêmio nacional de patrimônio cultural

O Vila Flores é um dos vencedores do 35º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Ricardo Romanoff, do site Roger Lerina
#Vila Flores24 de abr. de 234 min de leitura
Foto: Ricardo Ara
Ricardo Romanoff, do site Roger Lerina24 de abr. de 234 min de leitura

O Vila Flores é um dos vencedores do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2022, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O programa de educação patrimonial Canteiro Vivo, realizado pelo centro cultural do bairro Floresta em parceria com o Estúdio Sarasá e a ONG Mulher em Construção, foi um dos 13 contemplados pela premiação, que ocorre desde 1987 e é considerada o mais importante concurso voltado à valorização do patrimônio cultural brasileiro.

O Canteiro Vivo desenvolve atividades dedicadas à conservação, à zeladoria e ao restauro patrimonial. O projeto foi gestado a partir de 2013, ao longo dos primeiros anos do Vila Flores, com o restauro e a readequação do complexo arquitetônico de 1928 projetado por José Franz Luztenberger.

A iniciativa ganhou o nome atual em 2019 e já promoveu oficinas gratuitas para mulheres, uma exposição sobre o 4º Distrito de Porto Alegre, fóruns nacionais sobre patrimônio, produções audiovisuais e publicações, como os e-books Canteiro Vivo: Mulheres no Patrimônio e Caderno de Educação Patrimonial.

Somados os prêmios das etapas regional e nacional do concurso, o Canteiro Vivo recebeu 26 mil reais do Iphan.

Foto: Ricardo Ara

“O prêmio reconhece uma abordagem sensível ao patrimônio que liga a restauração e o ambiente do canteiro de obras ao potencial pedagógico para difundir e democratizar conhecimentos sobre preservação do patrimônio em suas dimensões material e imaterial”, afirma o arquiteto João Felipe Wallig, presidente da Associação Cultural Vila Flores.

No minidocumentário A Cal Viva que Ensina, a fundadora da Mulher em Construção, Bia Kern, destaca o empoderamento proporcionado pela atuação da ONG: “Significa a independência dessas mulheres através da geração de renda que elas vão constituir, para si e suas famílias, muitas vezes, para sair do raio de violência que elas passam”.

Fundador do Estúdio Sarasá, Toninho Sarasá ressalta a articulação coletiva do projeto: “Esse encontro do Vila Flores com a Mulher em Construção e o Estúdio Sarasá é a construção de um olhar de zeladoria, que significa lidar com zelo, amor e afeição. Esperamos que a gente siga trazendo a comunidade para dentro desse processo de trocas sobre o patrimônio vivo, que compreende relações de pertencimento”.

Foto: Ricardo Ara

Recém-empossado superintendente do Iphan no Rio Grande do Sul e vice-presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil, o arquiteto Rafael Passos ressalta que “o Vila Flores é um raro projeto que realmente se preocupa com o patrimônio cultural e edificado, provocando a partir dele a valorização do bairro para as pessoas”.

“É também uma oportunidade ímpar para comprovar e fomentar a mão de obra feminina na construção civil”, completa Passos.

O programa Canteiro Vivo envolve ainda outras organizações do terceiro setor, cooperativas, sociedade civil e empreendimentos sociais e poder público com o objetivo de valorizar a arquitetura e o urbanismo, elos comunitários, memórias coletivas e diversidades locais.

O prêmio do Iphan dá sequência a uma série de reconhecimentos obtidos pelo Vila Flores, que atualmente acolhe mais de 30 iniciativas. Além de prêmios relacionados à cultura e à economia criativa, como o Prêmio Brasil Criativo (2017) e o Prêmio Açorianos de Artes Plásticas (2019), o centro cultural teve seu projeto de restauro, desenvolvido pela Goma Oficina, selecionado para a mostra Juntos da 15ª Bienal Internacional de Arquitetura de Veneza.

No ano seguinte, o centro cultural ganhou o prêmio de júri popular Obra do Ano, promovido pelo site de arquitetura Archdaily. Em 2020, o Vila Flores recebeu a premiação LAB POA, da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre, na categoria Memória e Patrimônio. Em 2021, o centro cultural foi contemplado com o prêmio CAU/RS.

Sobre o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade

Realizado pelo Iphan, autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade reconhece ações de preservação do patrimônio cultural brasileiro. A 35ª edição do concurso teve como tema a sustentabilidade socioeconômica do patrimônio cultural e foi oficializada em um vídeo transmitido pelo canal do Iphan no Youtube.

Os contemplados pelo prêmio – que teve mais de 160 inscritos – desenvolvem projetos em Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. “Que esse reconhecimento do Iphan possa trazer ainda mais sentido, propósito e força a essas inciativas. Que o patrimônio cultural brasileiro seja cada vez difundido e reconhecido por meio de ações tão inspiradoras como essas 13 vencedoras”, destacou o presidente do Iphan, Leandro Grass, na apresentação dos premiados.

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Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade 2022
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)