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Programa de Alfabetização Audiovisual comemora 15 anos de educação para as imagens

A coordenadora do programa, Maria Angélica dos Santos, conta mais detalhes sobre o projeto – viabilizado por recursos federais e realizado na Cinemateca Capitólio e na Sala Redenção

Ricardo Romanoff
#Alfabetização Audiovisual17 de abr. de 235 min de leitura
Foto: Guilherme Lund
Ricardo Romanoff17 de abr. de 235 min de leitura

O Programa de Alfabetização Audiovisual completa 15 anos de atividades no dia 15 de abril, viabilizado por recursos do governo federal e realizado na Cinemateca Capitólio e na Sala Redenção por meio de parceria da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal de Cultura com a Faculdade de Educação da UFRGS.

A iniciativa visa qualificar as relações entre cinema e educação por meio de atividades voltadas sobretudo a estudantes e professores das redes pública – municipal e estadual – e privada de ensino básico, incluindo exibições de filmes, capacitações docentes, assessorias a escolas e seminários. Iniciado na Sala P.F. Gastal, na Usina do Gasômetro, atualmente o programa tem sede na Cinemateca Capitólio.

Pioneiro na formação de público no RS, o projeto explora as possibilidades do audiovisual como ferramenta didática em sala de aula, transformando filmes em matéria-prima para o aprendizado de milhares de estudantes. Neste sábado (15/4), às 9h, o programa exibe a cinebiografia Lupicínio Rodrigues – Confissões de um Sofredor (2022), dirigida por Alfredo Manevy, em sessão gratuita exclusiva para docentesinscrições aqui.

“Entendemos que as experiências culturais, por meio da sensibilidade, são determinantes no processo de construção da cidadania e do conhecimento. Além disso, é um trabalho de formação de público muito necessário para o audiovisual”, afirma Maria Angélica dos Santos, coordenadora do programa.

“Temos muito o que comemorar, justamente pelo significado de um projeto cultural duradouro, para além do período de uma gestão de administradores”, completa, destacando ainda a importância da formação de um público crítico e emancipado no contexto atual de alta circulação de imagens nas mídias digitais.

A exibição de Lupicínio Rodrigues seguida de debate será reconhecida como atividade de formação dos professores da rede municipal, uma conquista do programa junto à Secretaria Municipal de Educação (Smed). “Em meio a muitas tentativas frustradas, temos sempre a esperança de que a produção cultural da cidade e a construção de conhecimento, competência da Smed, se aproximem e se alimentem”, ressalta Santos.

Segundo ela, a continuidade do projeto, viabilizado há mais de uma década por recursos federais – em dado momento, via Ministério da Educação, e na maior parte do tempo pelo Ministério da Cultura (Minc) –, só foi possível nos últimos quatro anos graças à resistência de servidores federais da Secretaria Especial da Cultura, então vinculada ao Ministério do Turismo, que mantiveram o diálogo com o programa, na contramão do obscurantismo da última gestão federal. “Garantimos um aporte pequeno, mas que nos manteve vivos até o repensar do Minc”, explica Santos.

Com a refundação do Ministério da Cultura e passados os anos mais críticos da pandemia, a equipe do Programa de Alfabetização Audiovisual – formada por servidores da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal de Cultura e bolsistas universitários – espera uma relação mais efetiva com o governo federal e um financiamento expressivo para retomar, de forma mais vigorosa, a atuação presencial do projeto, que inclui, para além das atividades didáticas, o transporte de alunos e professores às salas de exibição.

“Estamos dialogando com o novo Minc e a Secretaria do Audiovisual através da Diretoria de Formação da nova estrutura do ministério. Esperamos que o financiamento se viabilize logo”, conta Santos.

Programa planeja terceira edição do projeto Cinema Negro na Escola

Durante o período de medidas de isolamento social, o programa ofereceu ferramentas didáticas audiovisuais para utilização em aulas remotas, como o curso Minuto Escola, com foco em edição, montagem e estratégias pedagógicas de vídeos de curta duração.

O programa também realizou duas edições online da mostra Cinema Negro na Escola, que debate a cultura afro-brasileira por meio da exibição de filmes nacionais de curta-metragem com protagonismo negro na direção e atuação, oferece materiais de formação e promove conversas entre realizadores e professores, abordando temas relacionados à produção cinematográfica e à educação antirracista.

Segundo Santos, a ideia é dar sequência ao projeto no segundo semestre de 2023 com uma edição presencial que deve incluir – a depender da efetivação do financiamento do programa – sessões de cinema, seminário e uma publicação impressa.

O Programa de Alfabetização Audiovisual também promove ações que se desdobram ao longo de um ano, envolvendo capacitação para a produção de conteúdos audiovisuais nas escolas e uma mostra que reúne escolas na Cinemateca Capitólio e na Sala Redenção para trocas e debates sobre os vídeos gravados nas escolas.

Foto: Guilherme Lund

Outro destaque do programa é a Sessão Vagalume, criada em 2019 e aberta ao público em geral. Realizada sempre no primeiro fim de semana do mês na Cinemateca Capitólio, com ingressos custando 4 (inteira) e 2 reais (meia-entrada), a sessão é voltada ao público infantojuvenil – “crianças de todas as idades”, segundo Santos – e apresenta uma programação alternativa ao circuito comercial hegemônico.

O Programa de Alfabetização Audiovisual incluis ainda visitas guiadas gratuitas com a proposta de apresentar aos espectadores o prédio da Cinemateca Capitólio, erguido em 1928, em que os participantes podem conhecer a sala de projeção e manusear os antigos rolos de filme em película.

Foto: Vera Frank

Escolas interessadas em participar do Programa de Alfabetização Audiovisual devem entrar em contato pelo e-mail do projeto. Outras informações podem ser obtidas pelo site da Cinemateca Capitólio e nas redes sociais (Facebook e Instagram).

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